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sexta-feira, 12 de março de 2010

Bibliografias sobre Psicomotricidade

- ALVES, Fátima. Psicomotricidade: Corpo, Ação e Emoção. RJ: WAK, 2003;

- AUCOUTURIER, B. e LAPIERRE, Psicomotricidade e Terapia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1989;

- AUCOUTURIER, B. A Prática Psicomotora-Reeducação e Terapia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1986;

- LE BOULCH, Jean. O Desenvolvimento Psicomotor do Nascimento até 6 anos - A Psicocinética na Idade Pré-Escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985;

- LE BOULCH, Jean. Educação Psicomotora: Psicocinética na Idade Escolar. Porto Alegre: Artes Médicas, 1985;

- FONSECA, V. e MENDES, N. Escola, Escola, Quem És Tú?. Porto Alegre, Artes Médicas, 1983;

- FONSECA, V. Psicomotricidade, perspectivas multidisciplinares. Porto Alegre, ARTMED, 2004;

- PIAGET, J. A Noção de Tempo na Criança. RJ: Record, 1986;

- PIAGET, J. A Linguagem e o Pensamento da Criança. RJ: Fundo Cultural, 1973.

O Milagre de Anne Sulivan

Título original: The Miracle Worker
Gênero: Drama
Duração: 01 hs 47 min
Ano de lançamento: 1962
Estúdio: Playfilm Productions
Distribuidora: United Artists
Direção:  Arthur Penn
Roteiro: William Gibson, baseado em peça teatral de William Gibson
Produção: Fred Coe
Música: Laurence Rosenthal
Fotografia: Ernesto Caparrós
Direção de arte: George Jenkins
Figurino: Ruth Morley
Edição: Aram Avakian



Sinopse
A incansável tarefa de Anne Sullivan (Anne Bancroft), uma professora, ao tentar fazer com que Helen Keller (Patty Duke), uma garota cega, surda e muda, se adapte e entenda (pelo menos em parte) as coisas que a cercam. Para isto entra em confronto com os pais da menina, que sempre sentiram pena da filha e a mimaram, sem nunca terem lhe ensinado algo nem lhe tratado como qualquer criança.

Referências:
Autor Desconhecido. Filme "O Milagre de Anne Sulivan". Adoro Cinema. Disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes/milagre-de-anne-sullivan/. Acesso: 12 mar 2010.


Elementos Psicomotores

São várias as classificações e as terminologias utilizadas para denominar as funções psicomotoras. De qualquer forma, os conceitos são basicamente os mesmos; o que muda é a forma de classificar e agrupar estes conceitos. Assim, as terminologias mais utilizadas no Brasil e seus respectivos conceitos são os seguintes:


1. Esquema corporal – é o saber pré-consciente a respeito do seu próprio corpo e de suas partes, permitindo que o sujeito se relacione com espaços, objetos e pessoas que o circundam. As informações proprioceptivas ou cinestésicas é que constroem este saber acerca do corpo e à medida que o corpo cresce, acontecem modificações e ajustes no esquema corporal. Exemplo: a criança sabe que a cabeça está em cima do pescoço e sabe que ambos fazem parte de um conjunto maior que é o corpo.

2. Imagem corporal – é a representação mental inconsciente que fazemos do nosso próprio corpo, formada a partir do momento em que este corpo começa a ser desejado e, consequentemente a desejar e a ser marcado por uma história singular e pelas inscrições materna e paterna. Um exemplo de como se dá sua construção é o estágio do espelho que começa aos 6-8 meses de idade, quando a criança já se reconhece no espelho, sabendo que o que vê é sua imagem refletida. A imagem, portanto, vem antes do esquema, portanto, sem imagem, não há esquema corporal.

3. Tônus – é a tensão fisiológica dos músculos que garante equilíbrio estático e dinâmico, coordenação e postura em qualquer posição adotada pelo corpo, esteja ele parado ou em movimento. Exemplo: a maioria das pessoas portadoras da Síndrome de Down possui uma hipotonia, ou seja, uma tonicidade ou tensão menor do que a normal, o que faz com que haja um aumento da mobilidade e da flexibilidade e uma diminuição do equilíbrio, da postura e da coordenação.

4. Coordenação global ou motricidade ampla – é a ação simultânea de diferentes grupos musculares na execução de movimentos voluntários, amplos e relativamente complexos. Exemplo: para caminhar utilizamos a coordenação motora ampla em que membros superiores e inferiores se alternam coordenadamente para que haja deslocamento.

5. Motricidade fina – é a capacidade de realizar movimentos coordenados utilizando pequenos grupos musculares das extremidades. Exemplo: escrever, costurar, digitar.

6. Organização espaço-temporal – é a capacidade de orientar-se adequadamente no espaço e no tempo. Para isso, é preciso ter a noção de perto, longe, em cima, embaixo, dentro, fora, ao lado de, antes, depois. Alguns autores estudam a organização espacial e a organização temporal separadamente. Exemplo: a brincadeira “Batatinha frita 1, 2, 3”.

7. Ritmo – é a ordenação constante e periódica de um ato motor. Para ter ritmo é preciso ter organização espacial. Exemplo: pular corda.

8. Lateralidade – é a capacidade de vivenciar os movimentos utilizando-se, para isso, os dois lados do corpo, ora o lado direito, ora o lado esquerdo. Por exemplo: a criança destra, mesmo tendo sua mão direita ocupada, é capaz de abrir uma porta com a mão esquerda. É diferente da dominância lateral que é a maior habilidade desenvolvida num dos lados do corpo devido à dominância cerebral, ou seja, pessoas com dominância cerebral esquerda, tem maior probabilidade de desenvolverem mais habilidades do lado direito do corpo e, por isso, são destros. Com os canhotos, acontece o inverso, já que sua dominância cerebral é do lado direito.

9. Equilíbrio – é a capacidade de manter-se sobre uma base reduzida de sustentação do corpo utilizando uma combinação adequada de ações musculares, parado ou em movimento. Um exemplo de equilíbrio dinâmico é caminhar sobre uma prancha e de equilíbrio estático é manter-se sentado corretamente.

Articulação entre Psicomotricidade e Aprendizagem

Desde o nascimento, o que salta aos olhos no desenvolvimento infantil é o corpo e seus movimentos que, inicialmente, não apresentam significados ainda inscritos. Aos poucos, este corpo em movimento transforma-se em expressão de desejo e, posteriormente, em linguagem. A partir daí, a criança é capaz de reproduzir situações reais, fazendo imitações que se transformam em faz-de-conta. Assim, a criança consegue separar o objeto de seu significado, falar daquilo que está ausente e representar corporalmente. Este processo nada mais é do que a vivência dos elementos psicomotores dentro de contextos histórico-culturais e afetivos significativos. E isso é que garantirá a aprendizagem de conceitos formais aliados à aprendizagem de conceitos do cotidiano: construir textos, contar uma história, dar um recado, fazer compras, varrer a casa, utilizar as operações matemáticas para contar quantas pessoas vieram, quantas faltaram, etc.

Além disso, para chegar a uma coordenação motora fina, necessária à construção da escrita, a criança precisa desenvolver a motricidade ampla, organizar seu corpo, ter experiências motoras que estruturem sua imagem e seu esquema corporal.

Portanto, a psicopedagogia e a psicomotricidade estão intimamente ligadas. Antes de aprender a matemática, o português, os ensinamentos formais, o corpo tem que estar organizado, com todos os elementos psicomotores estruturados. Uma criança que não consegue organizar seu corpo no tempo e no espaço, não conseguirá sentar-se numa cadeira, concentrar-se, segurar num lápis com firmeza e reproduzir num papel o que elaborou em pensamento. Silvia Molina no seu artigo “A pequena criança da psicopedagogia inicial” usa uma metáfora que faz uma ancoragem entre estas duas áreas: o primeiro dicionário é escrito no corpo. De acordo com a teoria piagetiana da equilibração que diz que a criança, ao se confrontar com conflitos, para resolve-los, cria estratégias a partir de esquemas que já dispõe. Se assim o é, ao se defrontar com os obstáculos da aprendizagem formal, a criança terá que recorrer ás experiências anteriores que são esmagadoramente psicomotoras. Se no lugar destas experiências houver um buraco, não haverá aprendizagem.

Os conceitos básicos da aprendizagem (dentro/fora, em cima/embaixo, escuro/claro, mole/duro, cheio/vazio, grande/pequeno, direita/esquerda, entre outros) são experimentados primeiramente no corpo do sujeito para que depois possam ser representados, “inscritos pelas palavras para serem escritos por palavras”. Assim, fica constatada a importância do professor estar oferecendo vivências motoras adequadas às crianças para que seu corpo vivido haja positivamente no processo de aprendizagem de conceitos formais e informais.

PSICOMOTRICIDADE

É a ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas. É sustentada por três conhecimentos básicos: o movimento, o intelecto e o afeto. Psicomotricidade, portanto, é um termo empregado para uma concepção de movimento organizado e integrado, em função das experiências vividas pelo sujeito cuja ação é resultante de sua individualidade, sua linguagem e sua socialização.


O Psicomotricista

É o profissional da área de saúde e educação que

pesquisa, avalia, previne e trata do Homem na

aquisição, no desenvolvimento e nos transtornos

da integração somato-psíquica e da retrôgenese.

Quais são suas áreas de atuação?

Educação, Clínica, Consultoria, Supervisão, e Pesquisa.

Qual a clientela atendida?

Crianças em fase de desenvolvimento; bebês de alto risco; crianças com dificuldades/ atrasos no desenvolvimento global; pessoas portadoras de necessidades especiais: deficiências sensoriais, motoras, mentais e psíquicas; família e a 3ª idade.

Mercado de trabalho:
Creches; escolas; escolas especiais; clínicas multidisciplinares; consultórios; clínicas geriátricas; postos de saúde; hospitais; empresas.

Postado por Marlene Silva
Graduanda de Pedagogia/ UNEB

Articulação entre Psicomotricidade e Aprendizagem

Desde o nascimento, o que salta aos olhos no desenvolvimento infantil é o corpo e seus movimentos que, inicialmente, não apresentam significados ainda inscritos. Aos poucos, este corpo em movimento transforma-se em expressão de desejo e, posteriormente, em linguagem. A partir daí, a criança é capaz de reproduzir situações reais, fazendo imitações que se transformam em faz-de-conta. Assim, a criança consegue separar o objeto de seu significado, falar daquilo que está ausente e representar corporalmente. Este processo nada mais é do que a vivência dos elementos psicomotores dentro de contextos histórico-culturais e afetivos significativos. E isso é que garantirá a aprendizagem de conceitos formais aliados à aprendizagem de conceitos do cotidiano: construir textos, contar uma história, dar um recado, fazer compras, varrer a casa, utilizar as operações matemáticas para contar quantas pessoas vieram, quantas faltaram, etc.

Além disso, para chegar a uma coordenação motora fina, necessária à construção da escrita, a criança precisa desenvolver a motricidade ampla, organizar seu corpo, ter experiências motoras que estruturem sua imagem e seu esquema corporal.

Portanto, a psicopedagogia e a psicomotricidade estão intimamente ligadas. Antes de aprender a matemática, o português, os ensinamentos formais, o corpo tem que estar organizado, com todos os elementos psicomotores estruturados. Uma criança que não consegue organizar seu corpo no tempo e no espaço, não conseguirá sentar-se numa cadeira, concentrar-se, segurar num lápis com firmeza e reproduzir num papel o que elaborou em pensamento. Silvia Molina no seu artigo “A pequena criança da psicopedagogia inicial” usa uma metáfora que faz uma ancoragem entre estas duas áreas: o primeiro dicionário é escrito no corpo. De acordo com a teoria piagetiana da equilibração que diz que a criança, ao se confrontar com conflitos, para resolve-los, cria estratégias a partir de esquemas que já dispõe. Se assim o é, ao se defrontar com os obstáculos da aprendizagem formal, a criança terá que recorrer ás experiências anteriores que são esmagadoramente psicomotoras. Se no lugar destas experiências houver um buraco, não haverá aprendizagem.

Os conceitos básicos da aprendizagem (dentro/fora, em cima/embaixo, escuro/claro, mole/duro, cheio/vazio, grande/pequeno, direita/esquerda, entre outros) são experimentados primeiramente no corpo do sujeito para que depois possam ser representados, “inscritos pelas palavras para serem escritos por palavras”. Assim, fica constatada a importância do professor estar oferecendo vivências motoras adequadas às crianças para que seu corpo vivido haja positivamente no processo de aprendizagem de conceitos formais e informais.


Postado por Hilda Fortunato
Graduanda de Pedagogia/ UNEB

SUGESTÕES DE EXERCÍCIOS PSICOMOTORES:

Engatinhar, rolar, balançar, dar cambalhotas, se equilibrar em um só pé, andar para os lados, equilibrar e caminhar sobre uma linha no chão e materiais variados (passeios ao ar livre), etc.... Pode-se afirmar, então, que a recreação, através de atividades afetivas e psicomotoras, constitui-se num fator de equilíbrio na vida das pessoas, expresso na interação entre o espírito e o corpo, a afetividade e a energia, o indivíduo e o grupo, promovendo a totalidade do ser humano.

Postado por Marlene Silva
Graduanda de Pedagogia/ UNEB.

PSICOMOTRICIDADE RELACIONAL

A psicomotricidade relacional só pode ser através e por meio do corpo que se expressa, que se comunica, dialoga com o outro e consigo mesmo. A expressão corporal através da psicomotricidade relacional revela a agressividade e a afetividade da personalidade do sujeito e sempre através do movimento. A expressão, a afetividade, a agressividade, a comunicação, a corporeidade e o limite são conteúdos relacionais que permeiam a relação entre os corpos através dos desejos, das frustrações e das ações. Os corpos são vistos em interação com o meio, com o espaço, com os objetos e consigo mesmo.
EXPRESSÃO
Ela será incluída por meio das atividades com liberdade, mímicas, dramatizações e danças e irão facilitar a livre expressão da criança. É criar através da expressão o que se tem dentro de si, será realmente um esforço interior e facilitador da comunicação. A ação deve ser espontânea e uma manifestação natural, por livre vontade. Todo esse movimento só acontecerá quando o corpo conscientizar-se da pele, dos músculos e articulações, da respiração, da percepção sonora e quando o sujeito olhar o outro e conseguir ver a graça de cada gesto.
COMUNICAÇÃO
A expressão e a comunicação estão intimamente relacionadas. É através da comunicação verbal ou não verbal, que o sujeito estabelece as relações com os outros e os objetos. Se faz necessário o diálogo entre o aluno e o professor, assim poderão perceber, ver, sentir, falar e ver com o corpo, já que esse diálogo acontece pela comunicação e pela linguagem que cada corpo é e possui.
“se o corpo comunica, o indivíduo pouco a pouco descobre esse corpo e as ações que ele comanda”. Santin (1992.). “uma sensibilidade para ouvir, uma profunda satisfação em ser ouvido”. Rogers (1983)
AFETIVIDADE
É estimulante e fundamental em todo o desenvolvimento psicomotor e permanece pelo resto da vida. A afetividade só acontece se houver troca entre o sujeito e o outro e seus corpos deverão agir e corporar-se corporalmente. Para lapierre e aucouturier (1986) o principal material de expressão é o seu corpo.Para piaget (1986) existe um estreito paralelismo entre o desenvolvimento da afetividade e das funções intelectuais. Não podemos esquecer nunca que a afetividade é de extrema importância no desenvolvimento do sujeito. E é o elemento principal na relação desse sujeito com as pessoas (sejam elas educadoras, familiares ou terapeutas).
AGRESSIVIDADE
Desejar e não conseguir agir conforme o desejo, percebndo que há obstáculos e interdições é levar ao conflito. E conflito gera agressividade. A agressividade quando levada ao extremo, como às agressões e auto-agressões deve ser limitada. Quando ela é bem conduzida ajuda o sujeito a elaborar-se melhor para uma nova fase da vida e o faz crescer. Não devemos reprimir a agressividade pois pode-se levar à introversão ou à compulsão e um dia pode explodir. Devemos trabalhar a agressividade com objetos simbólicos e de representação simbólica.
LIMITES
É permitir e proibir. Mas também é o equilíbio. São percebidos pelos movimentos intencionais e de prazer. É fazer aceitar, compreender as restrições necessárias do meio. É ter o equilíbrio entre a permissão e o limite. Para aceitação não se deve impor suas verdades sem considerar as verdades do outro. Devemos desenvolver na criança organização, respeito, responsabilidade e trabalho em grupo. Mostrar segurança nas afirmações, sem contradições. Coerência entre as atitudes em todos os âmbitos. Repreender, demonstrar insatisfação pelo errado, dialogar, não gritar, nem nervosismos.
CORPOREIDADE
É toda ação corporal. Seu princípio fundamental baseia-se no corpo como presença do ser no mundo. É a qualidade do que é corpóreo (corporal).
COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO
Permite ao sujeito trocar experiências e atuar verbal e gestualmente no mundo.
PERCEPÇÃO
Está ligada à atenção, à consciência e a memória. Os estímulos que chegam até nós provocam uma sensação que possibilita a percepção e discriminação. Sentimos, através do tato, da visão, da audição, do olfato e da gustação. Percebemos e realizamos uma mediação entre o sentir e o pensar.
Discriminamos, reconhecemos as diferenças e semelhanças entre estímulos e percepções.
(a discriminação nos permite ver as diferenças, cores, números, letras e etc).
COORDENAÇÃO
É instintiva e ligada ao desenvolvimento físico. É a harmonia dos movimentos e supõe integridade e maturação do Sistema Nervoso. Ela pode ser subdividida em: global ou geral (envolve movimentos amplos com todo o corpo e coloca grupos musculares diferentes em ação simultânea); visomanual ou fina (que engloba movimentos dos pequenos músculos em harmonia, na execução de atividades utilizando dedos, mãos e punhos); visual (refere-se a movimentos específicos com os olhos nas mais variadas direções).
ORIENTAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL
É importantíssima no processo de adaptação do sujeito ao ambiente, já que todo corpo animado ou inanimado, ocupa necessariamente um espaço em um dado momento. Corresponde à organização intelectual do meio e está ligada à consciência, à memória e às experiências vivenciadas pelo sujeito.
RECONHECIMENTO CORPORAL
A criança percebe seu corpo por meio de todos os sentidos. Seu corpo ocupa um espaço no ambiente em função do tempo, capta imagens, recebe sons, sente cheiros e sabores, dor e calor, movimenta-se. O Esquema Corporal revela-se gradativamente à criança da mesma forma que uma fotografia, fica cada vez mais nítido, tomando contorno, forma e coloração. O conhecimento corporal abrange: a imagem corporal (representação visual do corpo, impressão que o sujeito tem de si mesmo); o conceito corporal (conhecimento intelectual sobre partes e funções) e o esquema corporal (que regula a posição dos músculos e partes do corpo).
LATERALIDADE
A princípio a criança não distingue os dois lados do corpo, num segundo momento, ela compreende que os dois braços encontram-se um em cada lado de seu corpo, embora ignore que sejam D e E.
5 ANOS = Aprende a diferenciar uma mão da outra e um pé do outro, em seguida, passa a distinguir um olho do outro;
6 ANOS = A criança tem noção de suas extremidades D e E e noção dos órgãos pares, apontando sua localização em cada lado de seu corpo (ex: ouvidos (orelhas), sobrancelhas, mamilos);
7 ANOS = Sabe com “precisão” quais são as partes D e E de seu corpo.

Postado por Marlene Silva
Graduanda de Pedagogia/ UNEB.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Princípios e metas da psicomotricidade infantil

A psicomotricidade, como estimulação aos movimentos da criança, tem como meta:


- Motivar a capacidade sensitiva através das sensações e relações entre o corpo e o exterior (o outro e as coisas).
- Cultivar a capacidade perceptiva através do conhecimento dos movimentos e da resposta corporal.
- Organizar a capacidade dos movimentos representados ou expressos através de sinais, símbolos, e da utilização de objetos reais e imaginários.
- Fazer com que as crianças possam descobrir e expressar suas capacidades, através da ação criativa e da expressão da emoção.
- Ampliar e valorizar a identidade própria e a auto-estima dentro da pluralidade grupal.
- Criar segurança e expressar-se através de diversas formas como um ser valioso, único e exclusivo.
- Criar uma consciência e um respeito à presença e ao espaço dos demais.

Referências

ZEVALLOS, Pablo. A psicomotricidade Infantil. Guia Infantil. Disponível em: http://br.guiainfantil.com/psicomotricidade/187-a-psicomotricidade-infantil.html Acesso: 11 mar. 2010.

Dia 11 de março de 2010 - Apresentação sobre Psicomotricidade e Educação



No dia 11 de março de 2010 acontecerá na Universidade do Estado da Bahia- UNEB, no Departamento de Educação,na sala 2, a partir das 18h um seminário sobre Psicomotricidade e Educação. Para discutir como surgiu a psicomotricidade; a relação entre psicomotricidade e aprendizagem; qual a importância da prática da psicomotricidade no desenvolvimento de uma criança e tudo o que se espera da totalidade que é o assunto.

Na organização do Seminário estão os estudantes de Pedagogia Angelo Cerqueira, Crys Angela, Fernanda Natália, Hilda, Marlene Silva, Luciana, Tânia.

Participação: Professora Janeide (Psicologia da Aprendizagem).








Contamos com sua Presença!

Dinâmica do "Escravos de Jó"



Esta dinâmica vem de uma brincadeira popular do mesmo nome, mas que nessa atividade tem o objetivo de "quebra gelo" podendo ser observado a atenção e concentração dos participantes.

Em círculo, cada participante fica com um toquinho (ou qualquer objeto rígido).
Primeiro o Coordenador deve ter certeza de que todos sabem a letra da música que deve ser:

Os escravos de jó jogavam cachangá;
os escravos de jó jogavam cachangá;
Tira, põe, deixa o zé pereira ficar;
Guerreiros com guerreiros fazem zigue, zigue zá (Refrão que repete duas vezes)

1º MODO NORMAL:

Os escravos de jó jogavam cachangá (PASSANDO SEU TOQUINHO PARA O OUTRO DA DIREITA);
os escravos de jó jogavam cachangá (PASSANDO SEU TOQUINHO PARA O OUTRO DA DIREITA);
Tira (LEVANTA O TOQUINHO), põe (PÕE NA SUA FRENTE NA MESA), deixa o zé pereira ficar (APONTA PARA O TOQUINHO NA FRENTE E BALANÇA O DEDO);
Guerreiros com guerreiros fazem zigue (PASSANDO SEU TOQUINHO PARA O OUTRO DA DIREITA), zigue (VOLTA SEU TOQUINHO DA DIREITA PARA O COLEGA DA ESQUERDA), zá (VOLTA SEU TOQUINHO PARA O OUTRO DA DIREITA) (Refrão que repete duas vezes).

2º MODO:
Faz a mesma sequência acima só para a esquerda

3º MODO:
Faz a mesma sequência acima sem cantar em voz alta, mas canta-se em memória.

4º MODO:
Faz a mesma sequência acima em pé executando com um pé.

5º MODO:
Faz a mesma sequência acima com 2 toquinhos, um para cada lado.

Autor desconhecido. Dinâmica do "Escravos de Jó". Disponível em: http://www.cdof.com.br/recrea5.htm#12 . Acesso em 9 mar 2010.

O que é Psicomotricidade?






É a ciência que estuda o comportamento do ser humano, através do seu corpo, e da sua interação com o mundo. A Psicomotricidade é uma prática psicopedagógica  que contribui para o desenvolvimento completo do indivíduo no seu processo de ensino-aprendizagem, que favorece a sua motricidade, cognição, afetividade- emocional, neurológico, sempre respeitando as necessidades, e as realidades do educando.

"Relação entre o pensamento e a ação, envolvendo a emoção" (SANTOS, p. 4);
"Educa o movimento ao mesmo tempo que trabalha as funções da inteligências"(SANTOS, p. 4);
"É fundamental para o conhecimento do corpo intergrado as emoções expressados pelo movimento"(SANTOS, p. 4).


Referência:


SANTOS, Ronsâgela Pires dos. Psicomotricidade. Ieditora.






Por Fernanda Natália Deiró da S. Santos
Graduanda em Pedagogia com Habilitação em Educação Infantil
Universidade do Estado da Bahia -UNEB









Frases de Teóricos Famosos sobre a Psicomotricidade



“ Na expressão corporal a ação é imaginária, mas os movimentos que a integram são seis.” Claude Chalanguier



“O brinquedo é o trabalho da criança, é o seu oficio sua vida”
Kergomard, Pauline

“A Psicomotricidade é a relação entre o pensamento, envolvendo a emoção”.
 Rosângela Pires dos Santos


“Não existe ação que não seja corporal”
Vayer; Toulouse

“O esquema corporal é a organização das sensações relativas ao seu próprio corpo em relação com os dados do mundo exterior”. Jean LeBouch

“ A lateralização é basicamente inata e governada por fatores genéticos, embora admita que a treinabilidade e os fatores de pressão social possam influenciá-la” Zsngwill (1975).

“ é de grande importância a educação pelo movimento no processo escolar, uma vez que seu objetivo central é contribuir para o desenvolvimento motor da criança o qual auxiliará na evolução de sua personalidade e no seu sucesso escolar” Le Boulch (1987).


“na educação corporal, a relação toma uma dimensão mais importante ainda através do conhecimento de si mesmo, do outro e da adaptação ao mundo dos outros” (Desobeau, 1982).

“A Psicomotricidade pode ser explicada a cada tipo de clientela desde a estimulação precoce até a geriátrica” (De Fontaine, 1979).

“ Psicomotricidade significa a associação estreita entre o desenvolvimento da motricidade, da inteligência e da afetividade” (Heuyer, 1948)

“A criança com dificuldades de aprendizagem é, numa palavra, o reflexo duma interação desajustada desta com o espaço que a envolve”. Barsch.

“ A psicomotricidade esteve erradamente ligada a antagonismos decorrentes de Educação Física, surgindo freqüentemente como técnica corretiva para crianças “anormais” e sendo confundida com a “ginástica corretiva e a cinesioterapia” (Fonseca (1983)

“a Psicomotricidade é, inicialmente, uma determinada organização funcional da conduta e de ação constituindo correlatamente certo tipo de prática da reabilitação gestual” Chazaud (1976).

(...) o corpo humano como sistema biológico é afetado pela religião, pela ocupação, pelo grupo familiar, pela classe e outros intervenientes sóciais e culturais” de modo que a experiência do corpo é sempre modificada pela experiência da cultura”
J. C. Rodrigues (1983).

“para que uma pessoa se exprima enquanto corpo que realiza mais livremente seus próprios desejos, é necessário que ela cresça não em sua individualidade absoluta, mas em suas relações com os outros e o mundo” Medina (1987)

“A reeducação psicomotora, pelo intermediário do corpo e do movimento, recorre ao ser humano na sua totalidade” A. Mucchielle Bourcier (1979)

quarta-feira, 10 de março de 2010

Sala de Aula em que se Desenvolvem os Trabalhos Psicomotores














Histórico da Psicomotricidade






O termo “psicomotricidade” aparece, pela primeira vez, no discurso médico, mais especificamente, no campo da Neurologia, quando, no século XIX houve uma preocupação em identificar e nomear as áreas específicas do córtex cerebral segundo as funções desempenhadas por cada uma delas. E foi no século XX que ela passou a desenvolver-se como uma prática independente e, aos poucos, transformar-se em ciência.


A figura de Dupré, neuropsiquiatra, em 1909, é de fundamental importância para o âmbito psicomotor, já que é ele quem afirma a independência da debilidade motora (antecedente do sintoma psicomotor) de um possível correlato neurológico.

Em 1925, Henry Wallon, médico psicólogo, ocupa-se do movimento humano dando-lhe uma categoria fundante como instrumento na construção do psiquismo. Esta diferença permite a Wallon relacionar o movimento ao afeto, à emoção, ao meio ambiente e aos hábitos do indivíduo.

Em 1935, Edouard Guilmain, neurologista, desenvolve um exame psicomotor para fins de diagnóstico, de indicação da terapêutica e de prognóstico.Em 1947, Julian de Ajuriaguerra, psiquiatra, redefine o conceito de debilidade motora, considerando-a como uma síndrome com suas próprias particularidades. É ele quem delimita com clareza os transtornos psicomotores que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico. Com estas novas contribuições, a psicomotricidade diferencia-se de outras disciplinas, adquirindo sua própria especificidade e autonomia.

Julian de Ajuriaguerra e R. Datkine, 1947/48, na França apud Fonseca (1988) provocaram uma mudança na história da psicomotricidade, com as primeiras técnicas reeducativas vinculadas aos distúrbios psicomotores. Nessa época, Ajuriaguerra atualiza o conceito de psicomotricidade, associando-o ao movimento. Em seu manual de Psiquiatria Infantil, Ajuriaguerra delimita com clareza os transtornos psicomotores, “que oscilam entre o neurológico e o psiquiátrico”. Com essas contribuições, a psicomotricidade se diferencia de outras ciências e adquire sua própria especificidade e autonomia. Ajuriaguerra com suas novas concepções teóricas passa para a história da psicomotricidade como o único que conseguiu romper efetivamente com o imperialismo neurológico e com o conceito de paralelismo psicomotor de Dupré.

Na década de 70, diferentes autores definem a psicomotricidade como uma motricidade de relação. Começa então, a ser delimitada uma diferença entre uma postura reeducativa e uma terapêutica que, ao despreocupar-se da técnica instrumentalista e ao ocupar-se do "corpo de um sujeito" vai dando progressivamente, maior importância à relação, à afetividade e ao emocional.

Referências

Autor Desconhecido. Histórico, Sociedade Brasileira de Psicomotricidade. Diponível em: http://www.psicomotricidade.com.br/historico.htm Acesso em: 8 mar. 2010.

BRITO, Viviane Faria Alcântara. Psicomotricidade. Disponível em: http://pessoal.educacional.com.br/up/4380001/1946284/t203.asp Acesso em: 8 mar. 2010.

Dinâmica da "Sensibilidade"






Dois círculos com números iguais de participantes, um dentro e outro fora. O grupo de dentro vira para fora e o de fora vira para dentro. Todos devem dar as mãos, sentí-las, tocá-las bem, estudá-las. Depois, todos do grupo interno devem fechar os olhos e caminhar dentro do cículo externo. Ao sinal, o Coordenador pede que façam novo cículo voltado para fora, dentro do respectivo cículo. Ainda com olhos fechados, proibido abrí-los, vão tocando de mão em mão para descobrir quem lhe deu a mão anteriormente. O grupo de fora é quem deve movimentar-se. Caso ele encontre sua mão correta deve dizer - Esta! Se for verdade, a dupla sai e se for mentira, volta a fechar os olhos e tenta novamente.

Observação: Essa dinâmica pode ser feita com outras partes do corpo, exe: Pés, orelha, olhos, joelhos. etc. Tem o objetivo de melhorar a sensibilidade, concentração e socialização do grupo.

É o processo de integração afetiva de cuidado, de valorização, de contato e de vínculo nutritivo que aciona e torna presente a base estrutural da motivação para contrução do conhecimento.

Autor desconhecido. Dinâmica da "sensibilidade". Disponível em: http://www.cdof.com.br/recrea5.htm#12 . Acesso em 9 mar 2010.



segunda-feira, 8 de março de 2010

TUDO ESTÁ BEM SE COMEÇA BEM...


"O que queremos estabelecer é uma comunicação com a pessoa. Para o psicomotricista, uma criança de um ano, dois anos, já é uma pessoa que tem que ser respeitada."   André Lapierre.



Se a formação que se adquire na escola é crucial, a fase pré-escolar é mais ainda. Isso o francês André Lapierre defende com unhas e dentes. Especialista em Educação Infantil, ele ressalta o valor da primeira infância. Segundo ele, entre 0 e 3 anos, é que se cristaliza a personalidade de alguém. É nessa faixa etária que a atuação dos adultos é mais decisiva na formação de crianças saudáveis e adolescentes equilibrados.
Mais de 1.500 (ou 28%) dos municípios brasileiros não têm sequer uma creche. Esse dado é do Censo da Educação Infantil 2000. Até pouco tempo, as creches — destinadas ao atendimento de crianças de 0 a 3 anos — faziam parte dos programas de assistência social. Sua integração ao sistema educacional só se deu a partir de 1996, com a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional.
Para um psicomotricista relacional como o francês André Lapierre, prova maior de desperdício do potencial infantil não há. Faz 35 anos que ele se dedica a aperfeiçoar uma técnica — criada por ele próprio — que permita a pessoas de todas as idades expressarem seus conflitos e superá-los. Começou investigando crianças já crescidas com dificuldades de adaptação social e escolar. Mas logo se rendeu à convicção de que esse mal se combate pela raiz, isto é, na primeira infância.
"Tomei consciência de que, ao expressar problemas psicológicos aparentemente atuais, elas [as crianças] estavam, na verdade, escondendo conflitos anteriores, mais profundos", diz. "Então, cheguei às crianças dos dois primeiros anos, que de fato estão construindo sua personalidade", lembra. Segundo ele, a transformação por que passam crianças de 18 meses a 2 anos é tão marcante a ponto de a crise da adolescência não passar de uma espécie de reedição dessa fase. É quando crianças e jovens desafiam o poder do adulto.
A base da psicomotricidade relacional consiste em criar um espaço de liberdade propício aos jogos e brincadeiras. O objetivo é fazer a criança manifestar seus conflitos profundos, vivê-los simbolicamente. No âmbito educativo, esse tipo de atuação serviria de precaução contra o surgimento de distúrbios emocionais, motores e de comunicação que dificultem a aprendizagem. Na entrevista a seguir, André Lapierre explica os fundamentos dessa técnica e como os educadores podem se valer dessa abordagem com seus alunos.

O que é psicomotricidade relacional?



AL — Essa pergunta é a mais difícil, porque a psicomotricidade relacional não é uma técnica que se possa aprender intelectualmente nos livros. É mais um método, uma maneira de atuar, uma possibilidade de se estabelecer uma comunicação mais humana, mais verdadeira com qualquer pessoa, até mesmo com as crianças, desde a creche e a escola.

A propósito, o senhor é especialista em aplicar essa técnica em creches. Por que começar já na fase pré-escolar, de 0 a 3 anos? Quais são os benefícios?


AL — Na verdade, eu comecei com crianças maiores, mas tomei consciência de que, ao expressar problemas psicológicos aparentemente atuais, elas estavam, na verdade, escondendo conflitos anteriores, mais profundos. Era uma maneira de expressar algo que era de outro nível emocional, psicoafetivo. E, a partir desse momento, comecei a trabalhar cada vez menos no nível pedagógico, e mais no nível da comunicação profunda, com crianças da escola maternal, de 3 ou 4 anos. Como elas já tinham uma personalidade estruturada, então cheguei às crianças dos dois primeiros anos, que de fato estão construindo sua personalidade. Isto é muito coerente com o que dizem os psicanalistas, que a personalidade se constrói nos primeiros anos de vida. Então, finalmente resolvi trabalhar com creches. Essa foi uma experiência muito interessante. Penso que foi a primeira vez no mundo que um adulto resolveu buscar uma comunicação com crianças tão pequenas.


Como se dá o atendimento? É correto dizer que é um método de observação da criança?


AL — Não se observa, não se põe a si mesmo fora da relação. Trabalhamos através de jogos, brincadeiras corporais. Tudo acontece sem palavras, de maneira totalmente livre, e sem julgamentos, juízos de valor. A criança brinca, por exemplo, com objetos variados: bolas, aros, etc. E, pouco a pouco, o psicomotricista participa, entra também na brincadeira e funciona como um parceiro simbólico.


O que significa ser um parceiro simbólico? O que o psicomotricista busca ao estabelecer esse tipo de contato com a criança?


AL — A brincadeira é algo simbólico, o psicomotricista vai entrar em contato com a criança nesse nível. É lá que atuam todos os fantasmas. Essa possibilidade de poder jogar, brincar, tudo de modo simbólico, permite à criança expressar seus conflitos em nível profundo, sem sabê-lo. Através do que ela faz, o psicomotricista busca decodificar: por que fez isso? Por que essa criança age assim? Por que a outra agiu de outro jeito? Para entendê-la, o psicomotricista procura decodificar o que se passa e a relação que isso tem com a vida dessa criança.


As escolas se queixam justamente de crianças que dão vazão à agressividade. Como esse tipo de comportamento é encarado pela psicomotricidade?


AL — É fundamental. O que se passa com os pequenos até 18 meses, ou entre 18 meses e dois anos, é que as crianças não têm pulsões agressivas. Elas têm necessidade do adulto para serem acariciadas, compreendidas, para estabelecer uma relação afetiva. Aos 18 meses ou um pouco além, isso muda totalmente. Com o mesmo adulto, que tenha a mesmas relações e atitudes, a criança começa a agredi-lo, a puxar-lhe o cabelo, a barba.


Aparece, finalmente, a pulsão de violência, o desejo de matar-lhe, de matar o poder do adulto. E, para mim, esse é o primeiro instante em que ela se vê dona de identidade. Com isso, a criança quer dizer: "Eu tenho meu próprio desejo, não tenho o seu desejo". E, após essa primeira fase de destruir, logo vem uma segunda fase de domesticar. Depois de exercer esse poder sobre o adulto, ela o transforma em cavalo, num cachorrinho ou num gatinho que se afaga, que se dá de comer. Isso tudo corresponde muito ao que dizem os psicanalistas sobre as duas fases da agressividade. Na vida da criança, esse é o momento de dizer não. Aos dois anos, a criança começa a dizer "não quero", e, em seguida, vem a fase dos caprichos: "quero fazer isso", "quero fazer aquilo". Essas duas fases nós vivemos na psicomotricidade relacional e, para mim, é importante que se possa vivê-las simbolicamente para que isso não caia no nível do inconsciente, onde não se pode controlar.


Já que o senhor tocou no ponto da fala da criança... O senhor disse, no início, que essa é uma técnica, o contato se dá sem palavras. A fala não interessa ao psicomotricista ou ele também procura interpretar o que a criança tem a dizer?


AL — Com os adultos se proíbe totalmente a comunicação verbal, porque os adultos a utilizam como defesa. Trabalhando com crianças, é preciso deixá-las falar porque é falando que vivem. Então, as crianças falam, mas o psicomotricista, não. Ou, então, fala o mínimo para não reintroduzir a idéia de que é o adulto quem manda, etc. Mas, ao final de uma sessão, as crianças falam, dizem o que querem, e o psicomotricista participa um pouco e, muitas vezes, expressa-se de forma poética.


O senhor tem acentuado a importância de criar esse espaço de liberdade em que o adulto deve intervir o mínimo possível. Não há nenhum tipo de restrição? Nada é proibido em uma sessão de psicomotricidade relacional?


AL — (Risos gerais) Isso é interessante. Bem, o que é proibido em uma sessão é fazer-se mal ou causar danos aos outros. No mais, pode-se até matar, desde que se trate de violência simbólica; pode-se fazer qualquer coisa simbolicamente. Não há nada demais, é simplesmente viver o que se quer viver. O importante é que não haja culpa. Haja o que houver, é preciso entender porque acontece isso. É porque a criança está bem, ou está mal? Por quê?


E a liberdade das situações de jogos e brincadeiras é que cria condições favoráveis para o desejo da criança se manifestar...


AL — Sim, ela se sente aceita e querida. Ela se comporta como é e não como deveria ser. Essa é uma dimensão importante. É como voltar à proteção da mãe. Nos adultos — e em crianças também -, há sempre uma regressão até esse momento, mais ou menos, em que ele tem uma relação privilegiada com a mãe.

Nesse contato em nível simbólico, busca-se, então, restabelecer a relação afetiva da primeira infância. A partir disso, o que se procura ensinar às crianças?


AL — O que queremos estabelecer é uma comunicação com a pessoa. Para o psicomotricista, uma criança de um ano, dois anos, já é uma pessoa que tem que ser respeitada. Não queremos fazer algo pedagógico, não temos nada para ensinar. Estamos ali para comunicar. É a criança que nos ensina muitas coisas.


Seria esse o conceito de disponibilidade, empregado por psicomotricistas, nas relações entre adultos e crianças?


AL — Sim. É esse "estar disponível" que procuramos trabalhar nos cursos de formação. Parece fácil, mas é muito difícil se desenvolver uma disponibilidade corporal, não apenas intelectual. O que é mais significativo é o contato corporal, é a possibilidade de a criança tocar o corpo do adulto e ele também se deixar disponível para o toque da criança. É a única relação pedagógica em que se pode tocar, inclusive os psicanalistas já falam da importância do corpo...


O que o adulto — um professor, por exemplo — pode aprender, através dessa abordagem de disponibilidade, para melhorar sua relação com as crianças?


AL — Eu digo sempre que o problema da comunicação entre professor e aluno não é do aluno, da criança, é um problema do adulto. É por isso que meu último livro se chama o Adulto diante da criança de 0 a 3 anos (Editora da UFPR/Ciar) e não o contrário. O que penso ser original nessa discussão é o fato de o adulto não se relacionar com o poder de ensinar, de saber o que se deve fazer, mas se colocar como parceiro para receber, mas do que para dar. Nessas condições, pode-se estabelecer uma relação totalmente diferente.


Que tipo de problemas as crianças a partir de três anos que estão em idade escolar podem apresentar por não terem exercido esse tipo de relação ou por não se sentirem queridas e aceitas pela família?


AL — Isso depende, é claro, de tudo o que tenham vivido em sua primeira infância, mas todos esses conflitos se alojam no inconsciente. Elas não são conscientes de seus problemas. Elas os projetam e os expressam de outras maneiras, inclusive durante a adolescência. Para mim, a adolescência é a reprodução da crise dos 18 meses, em um nível mais intelectual, claro, mais secundário. Mas, no fundo, é como se você retomasse os conflitos da primeira infância.


No Brasil, há projetos de arte-educação que acolhem jovens vítimas de maus-tratos, abandonados durante a infância... A proposta é superar esse conflito através da expressão artística. O senhor vê alguma semelhança disso na psicomotricidade relacional?


AL — A psicomotricidade é mais completa porque, através do corpo, pode-se atingir níveis muito mais arcaicos e profundos. Mas são coisas que fazem parte da mesma onda, que é a expressão do inconsciente, do que a criança pode expressar livremente pelo jogo, pelo corpo.


A propósito, o senhor já desenvolveu ou conhece projetos que utilizem a psicomotricidade relacional para atacar esses conflitos de adolescência?


AL — Eu, particularmente, não trabalho com adolescentes. Trabalho com pessoas de quatro meses a oitenta anos, sempre com crianças (risos). A adolescência é um momento com que não trabalho porque não sei o que fazer. Porque eles estão saindo da infância, então não querem voltar a ela. Não querem regressar. Por outro lado, estão em uma fase de modificação do seu corpo, estão fazendo a descoberta da sexualidade, não sei como entrar nesse momento. Mas isso são motivos pessoais, porque há outras pessoas que trabalham com isso. Para mim, os mais importantes são os primeiros anos. Se tudo se passar bem nos primeiros anos, a crise de adolescência vai se passar melhor.


E como costuma ser aplicado esse trabalho nas escolas brasileiras? Há um espaço e um tempo programado para sessões de psicomotricidade relacional?


AL — Normalmente, na maioria das escolas onde se faz algo — não são tantas -, há um momento dedicado à psicomotricidade relacional, com sessões de uma hora e meia, mais ou menos, a cada semana. Os professores têm de participar ou se interessar pelo que se passa, pelo comportamento das crianças nessa situação.


Teoricamente, há um espaço, um tempo para a psicomotricidade relacional, mas isso não impede que haja escolas que vão além, em que toda a escola pega o espírito da psicomotricidade relacional, que busca, mais do que ensinar, comunicar e ajudar as crianças a se comunicar, a estar com os outros, em que os conhecimentos intelectuais estão integrados em um contexto mais geral.


O senhor citaria alguma experiência pedagógica no Brasil que tenha aplicado os conceitos da psicomotricidade relacional de forma integral?


AL — Há uma em Fortaleza, a Escola Espaço Infantil, que trabalha, de fato, com toda a comunidade escolar, com alunos, pais, enfim, é totalmente baseada nessa comunicação profunda que propõe a psicomotricidade relacional.

O que é preciso para o professor ou o interessado se capacitar e atuar nessa área?


AL — Para fazer esse trabalho, assim como o psicanalista, ele tem de passar por uma formação de análise corporal como uma implicação pessoal, porque não vai aprender nos livros. Não adianta ele ler todos os livros de André Lapierre se ele não souber trabalhar o seu corpo, sua comunicação.

Essa característica não dificulta a inserção desse conhecimento nos cursos de formação de professores?


AL — Sem dúvida, é difícil integrar isso à universidade, dentro dos estudos clássicos. É como ser psicanalista: você precisa fazer sua psicanálise e não, passar por um curso na universidade. Toda essa parte de formação pessoal não entra nos cursos habituais. Essa é a dificuldade que temos. Para mim, todos os professores teriam de passar por uma formação psicomotriz, uma formação em comunicação. Faz-se uma seleção de professores unicamente seguindo critérios intelectuais. Trabalho em muitos países e tenho visto tantos professores com personalidade patológica e, às vezes, muito patológica, que ainda assim passaram por concursos de professores. Para mim, antes de intelectual, devia haver uma seleção de acordo com as personalidades. Mas isso não é exclusivo dos educadores. Todas as pessoas que trabalham com a relação humana teriam que passar por uma formação desse tipo.


O senhor diria que a escola, de modo geral, é um ambiente que não é aberto à afetividade dos alunos?


AL — Sim. E não somente no Brasil, mas no mundo todo. Na França mais ainda, eles são muito intelectuais e pouco afetivos. Todos os criadores desse método são franceses, mas nós não podemos trabalhar na França. Para nós, a psicomotricidade é um produto de exportação (risos). Trabalhamos um pouco na Bélgica, mas basicamente em países latinos, na Espanha, na Itália, na América Latina, Argentina, Brasil e México. Em países anglo-saxões, não há nada. Não que seja restrição nossa, eles é que não nos convidam. A única experiência que tive foi no Canadá, do lado francês. Eles falam francês, mas pensam como americanos. Lá, passei um ano na Universidade de Montreal e não me sentia em minha cultura, diferentemente do que acontece no Brasil, na Argentina, no México, onde há uma diferença de língua, mas é minha cultura.

O que o motivou a se dedicar a essa área, mesmo ela não sendo valorizada dentro do seu próprio país?


AL — Não sei. Eu me pergunto agora, depois de minha experiência internacional, se a França é um país latino ou não (risos). Há muita resistência na França. Antes, havia uma formação do tipo para paramédico, em que psicomotricistas trabalhavam em nível patológico. O Ministério da Educação Nacional criou um diploma de psicomotricista para trabalhar nas escolas. Mas há quatro ou cinco anos, ele foi suprimido, não há mais nada.



Postado por Marlene Silva
Graduanda em Pedagogia
UNEB

domingo, 7 de março de 2010

CRUZADINHA: Tema Principal...







sábado, 6 de março de 2010

PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL







A psicomotricidade tem como objetivo desenvolver a motricidade relacionando a mente e a afetividade facilitando a estruturação do seu esquema corpóreo. Através de atividades como brincadeiras e jogos, percebe-se que a psicomotricidade é cada vez mais necessária no cotidiano escolar das crianças, pois além de ter um caráter lúdico, e proporcionar entretenimento, a atividade psicomotora faz com que a criança tenha o intermédio entre a brincadeira e a realidade.


A definição de psicomotricidade para professora Rosângela Pires Santos, “É a ciência que estuda o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo e de suas possibilidades de perceber, atuar e agir com o outro, com os objetos e consigo mesmo. Está relacionado ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.”

Quando a criança age com o conhecimento do seu próprio corpo, ela é capaz de interagir consigo e com o mundo externo. Primeiramente a criança percebe as coisas a partir de si mesma, logo após pelo o que as cerca. À medida que a criança vai percebendo essas habilidades, no qual, seu corpo a obedece, e pode usá-lo, ela se sente segura, e se desenvolverá. A criança está sempre em busca de novidades com o seu corpo para organização e estruturação do seu esquema corporal.

A psicomotricidade na escola funciona como uma prevenção de alguns distúrbios da aprendizagem, problemas corpóreos, como o de postura. O trabalho psicomotor leva em conta toda a estrutura da criança desde sua idade, as suas limitações físicas.

O trabalho da psicomotricidade na educação infantil deve seguir elementos básicos como: o esquema corporal (conhecimento intuitivo, e imediato), coordenação dinâmica geral (equilíbrio), coordenação visomotora (campo visual), a lateralidade (define o domínio lateral), organização e estruturação espacial (orientação), que são elementos básicos. Esse trabalho pode ser facilmente inserido na vida escolar das crianças. Com o intermédio do educador esses elementos básicos podem ser desenvolvidos no recreio através de atividades lúdicas como: equilibrar-se, engatinhar, jogos com bola, pular de um pé só, passeios, usar materiais, e etc.

As atividades psicomotoras desenvolvem um equilíbrio no indivíduo promovendo estabilidade entre o corpo, espírito, afetividade, mental, caracterizando ao ser humano uma totalidade, o seu desenvolvimento por inteiro.

Por Fernanda Natália Deiró da S. Santos
Graduanda em Pedagogia
Universidade do Estado da Bahia - UNEB


Referência:

SANTOS, Ronsâgela Pires dos. Psicomotricidade. Ieditora.

CLIQUE AQUI para download do livro da Prof.ª Rosângela Santos, Psicomotricidade.

PLANO DE AULA – CAIXA DE SURPRESAS

Faixa etária
3 a 6 anos.

Conteúdos
Esquema corporal; percepção do mundo e órgãos do sentido.

Objetivos
Conhecer as partes do corpo; reconhecer os órgãos do sentido; identificar as coisas a partir de seu cheiro, textura, sabor.

Tempo estimado
Uma aula.

Desenvolvimento
-Escolher uma caixa de sapatos, ou uma caixa plástica escura ou forrar com papel escuro.
-Colocar vários elementos dentro da caixa aleatoriamente desde frutas, doces, brinquedos plásticos.
-Ter uma venda ou qualquer outro pano que dê para vendar os olhos.

Atividade 1

Cada criança tem a oportunidade de colocar a mão dentro da caixa e tirar um elemento, a partir do comando do educador.
“Tire da caixa com a mão esquerda um elemento.” (a criança tenta tirar o elemento com a mão esquerda)
A professora verá o que a criança pegou e fará os questionamentos a partir do que foi tirado pela criança da caixa de surpresas até que ela acerte o que buscou.

Avaliação
Observação individual do desenvolvimento da criança, investigação, reflexão e relatório.


Por Fernanda Natália Deiró da S. Santos
Graduanda em Pedagogia
Universidade do Estado da Bahia -UNEB

PLANO DE AULA – DANÇANDO CONFORME A MÚSICA




Faixa etária
0 a 3 anos.

Conteúdos
Expressão corporal e linguagem musical.

Objetivos
Conhecer os possíveis movimentos do corpo.

Tempo estimado
30 minutos

Desenvolvimento
-Colocar uma música bem alegre, músicas temáticas que façam as crianças imitarem o que a música canta. Como a música do índio da Xuxa, pintinho amarelinho;

-Reunir as crianças numa roda;

Atividade 1
Tocando a música no som, deixe com que as crianças produzam os seus próprios movimentos.

Atividade 2
O educador propõe dificuldades à dança, “ coloca a mão na cabeça”, “ pular”.

Avaliação
Observação dos alunos individualmente e grupal de acordo com seus movimentos, sobre o que foi mais desafiador para a criança produzir, e relatório.

Por Fernanda Natália Deiró da S. Santos
Graduanda em Pedagogia
Universidade do Estado da Bahia -UNEB